quarta-feira, 23 de maio de 2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

LOUCURAS A CÉU ABERTO


É preciso muito caos interior para parir uma estrela que dança”. (Nietzsche)

...cedo chegamos ao Juliano, chovia tanto que parecia que nunca mais iria parar de chover, o pessoal da limpeza corria com baldes, panos, rodos, mas não davam conta da água que invadia pelo velho telhado, já retalhado pela história e pela gurizada das vizinhanças que usa como base para soltar pipas e fazer trocas, novas formas de escambo, outras drogas não prescritas.
Subíamos a rampa em direção à internação, e a água fazia caminho inverso, então pensei: não há água que baste para limpar as sujeiras do manicômio. Pouco mais adiante, no “portão-do-meio”, alguém disse: todo ano é assim, sempre chove no dia da parada. Olho em direção à internação e vejo todos os portões fechados, me lembro que faz parte da rotina matinal para injetar prescrições e engessar os corpos. Lá de dentro, Valdemir me vê e grita, “pera aí, doutor, que vou buscar a chave”. Fora o “doutor”, que me incomoda - e por mais que a gente fale sobre isso, sempre retorna como uma espécie de significante estruturante do manicômio -, tive uma recepção calorosa, carinhosa mesmo, eu diria.
Portões adentro, seguimos, víamos poucas pessoas em meio a poças d'água que continuavam a crescer. Faz tempo que a direção do Juliano diz que vai consertar o telhado, mas só depois que subirem o muro mais alguns metros, argumentam. É uma tentativa louca de impedir que a gurizada suba no telhado, ou seja, noção nenhuma de articulações comunitárias, mas que no fundo serve apenas para aumentar a quantidade de ferro e concreto entre o dentro e o fora. Se o muro subir tanto quanto querem alguns, se quer veremos mais a bela e dura estética da favela na qual o manicômio está incrustado, e por mais louco que pareça, é uma paisagem que sustenta uma possibilidade do fora. Vira e mexe alguém dá um drible e sai favela afora.
Mas, enfim, portões adentro, seguimos para a enfermaria, e me lembrei de Pirandello no conto A luz da outra casa... pouca luz entrando pelas frestas, o pessoal, em sua maior parte, dormindo, afinal, o clima estava favorecendo. E havia uma frieza maior, própria daquele lugar, a frieza do abandono, da exclusão, da reclusão. Não há cobertores, usam alguns finos lençóis, não há casacos, apenas o tradicional abadá do HJM, uma estética daqueles sacos de estopa para guardar cereais e que serve para compor o processo de des-subjetivação próprio ao manicômio. Mas o povo resiste, as meninas rasgam as blusas e amarram com muito cha rme, outros dão nós pelas pontas e, então, alguma subjetividade sobrevive à força do revide desejante, protestos do inconsciente. Nesta cena fria da enfermaria, confesso que fiquei meio sem graça de acordar o pessoal, dizer o que? Vamos ao farol da Barra, na chuva, pra você sentir o gostinho do vento-brisa e depois voltar para as grades? Mas pensei na força do ato político, e também pensei que qualquer coisa que tire as pessoas lá de dentro, por pouco tempo que seja, é sempre bom, sobretudo pelo efeito dos encontros possíveis.
Terminada a rodada medicamentosa matinal, procuramos roupas, e Tito me disse: Wagner, consiga uma camisa bacana pra eu vestir. E Sine, ao lado, generosamente emprestou uma camisa bacana, de mangas compridas, bem apropriada à ocasião. Então, começamos a descer a rampa, e fomos encontrando o pessoal dos outros módulos, até que chegamos na porta da emergência, ironicamente a única saída possível nos fins de semana, logo ela, a porta-arapuca da captura. Ali encontramos mais uma turma da oficina de música, que saiu cedo de casa, na chuva, motivada a fazer um som no farol da Barra, oportunidade rara, pois o farol clareia mais as estrelas do axé que a entrada da baia de todos os santos. Debaixo de uma tempestade, sem guarda-chuva, seguimos até o ônibus, que nos esperava na rótula de Narandiba. Muitos técnicos do hospital, alguns vigilantes à paisana, e se compôs a massa rumo ao farol. Fui seguindo de carro, que mal me cabia, porque os equipamentos do bando lotavam a mala e os bancos – guitarra, baixo, bateria, percussões, cabos, caixa de som, etc, e olha que uma parte das coisas estava no carro de Diogo.
Chegamos ao farol da Barra, já havia uma pequena movimentação e o pessoal da Luta estava preocupado porque até então só havia um carro de som. Então disse: vamos conseguir um ponto de luz, porque nós trouxemos caixas de som e o equipamento pra tocar. Alguém respondeu, não há ponto de luz. Pensei, vamos fazer um “gato, mas logo desisti, já que com meu conhecimento em eletricidade, somado à chuva que caía, o máximo que eu conseguiria seria tomar um ECT no farol. Então, Lucas, sujeito engenhoso, perguntou ao cara do carro de som quantas entradas havia no equipamento. E o cara disse: duas. E respondeu Lucas: ótimo, ligamos o microfone e a guitarra e colocamos a bateria em cima do carro de som. O c ara não acreditou...rs e assim fizemos. Juntamos a galera, pegamos os equipamentos, e em pouco tempo já havia sonoridades no farol. Gilvan cantou seus rap's, e a coisa foi aquecendo. A essa altura mais gente já havia chegado e o clima foi se construindo.
Microfone disputado tanto quanto na oficina de música na internação do Juliano, se alternavam músicas e falas, uns mais afeitos à música, outros à fala. Entre Amado Batista e Cássia Eller, palavras de ordem, palavras de outra ordem e outras palavras. E chegava mais gente, estudantes de diversas faculdades, usuários e trabalhadores dos CAPS dos diversos cantos da cidade e da Bahia, e o encontro foi ganhando potência. E teve um momento em que algo foi dito para além dos discursos, uma harmonia dissonante, uma expressão “corpomúsica” que tomou conta do farol. Nem precisa falar que alguém gritou: toca Raul... e a Sombra Sonora tocou, e Pietro do Pirigulino tocou, e o povo cantou e dançou. Entre tantos, o pessoal do bando Flores da Massa foi tocando, cantando, dançando e realizando o sonho antigo de tocar no farol com o pessoal da Lut a Antimanicomial. Ano passado estivemos lá, com todo o equipamento, mas a nau já estava lotada, e o bando não pôde subir no trio. Esse ano não havia trio elétrico, então, inventamos um trio lá na hora, mas com a dignidade de termos sido convidados e com direito ao nome Flores da Massa impresso no cartaz da programação, ao que agradecemos ao Coletivo da Luta, especialmente porque nos sentimos parte dessa luta. Ao mesmo tempo, começou uma roda de samba linda, esse “mexe remexe as cadeiras” que tem a força ancestral do recôncavo.
Ato político sim, para dizer não à segregação e ao preconceito, para registrar-mostrar à sociedade e aos burrocratas de plantão na gestão da saúde municipal e estadual o quão ridículos são seus discursos e suas práticas, que servem apenas para corroborar a ineficiência e a incompetência destes que só querem se manter no poder, e que desta maneira servem à manutenção do preconceito social e da exclusão. Ato político que fortalece a histórica Luta Antimanicomial na Bahia, que dá força à organização coletiva dos usuários e dos trabalhadores e que mantém acesa a luz no horizonte do possível, e porque não dizer do impossível, com a licença da loucura nossa de cada dia.
Foi lindo no farol, expressão-desejante, polifonia dos afetos... as flores da massa brilharam sob o céu da Barra, porque a massa é o povo...
Alguém me perguntou: porque vocês insistem em fazer uma oficina de música na internação do manicômio? Vocês estão querendo consertar o manicômio? Não respondi naquele momento, mas poderia dizer: porque, ao final da manifestação, o ônibus do Juliano Moreira encostou, e as pessoas entraram, e retornaram para as grades... e elas continuam lá... até quando? Ou poderia apenas responder: porque “sem música, a vida seria um erro".(Nietzsche)

Wagner de Angeli Ferraz, 
Psicólogo da internação do Juliano Moreira, 
Onde nasceu o bando Flores da Massa.

Curso à distância sobre violência

Inscrições abertas para curso a distância sobre violência

Estão abertas as inscrições, até o dia 11 de junho, para o curso de Impactos da Violência na Saúde, oferecido na modalidade a distância, com total de 500 vagas disponíveis para todo o Brasil. Este curso tem grande abrangência, sendo voltado para gestores e profissionais de saúde de nível superior de diversas frentes. Entre eles estão pessoas que trabalham com o tema da violência, população em situação de vulnerabilidade social, promoção da saúde e cultura de paz, prevenção e vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis. O edital também informa que, no segundo semestre de 2012, será lançado um edital de seleção para este mesmo curso, porém no nível de especialização. Os profissionais que já estiverem no curso de aperfeiçoamento não poderão concorrer a estas vagas. Acesse aqui o edital e confira todas as informações sobre público-alvo e inscrições.
 
O aperfeiçoamento foi desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública junto com a Secretaria de Vigilância em Saúde e a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. Coordenado pelo Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves/ENSP), p curso tem por objetivo propiciar o desenvolvimento de competências conceituais, comunicativas, interpessoais, técnicas e políticas dos participantes em relação ao impacto da violência sobre a saúde, de forma a auxiliá-los na atitude e/ou postura frente às pessoas que vivenciam situações de violência, fomentando ainda o crescimento do poder de reflexão sobre as melhores  medidas de prevenção, atendimento das vítimas e gerenciamento de ações.
 
Esta formação está sob a responsabilidade da coordenadora do Claves/ENSP, Simone Gonçalves de Assis, e das pesquisadoras Kathie Njaine e Patrícia Constantino, também do Claves. 
 
O curso tem suas atividades distribuídas em três Unidades de Aprendizagem, subdivididas em módulos, com carga horária total de 240 horas distribuídas em dez meses. A inscrição deve ser feita pela internet por meio do preenchimento da ficha de inscrição. Além disso, o candidato deverá enviar, via Correios/ECT (recomenda-se Carta Registrada ou SEDEX), toda a documentação comprobatória exigida.
 
Vale destacar que o candidato deve ter experiência acadêmica ou profissional na área de Violência e Saúde. O processo seletivo será realizado por uma comissão de seleção formada pela Coordenação do curso, professores do EAD/ENSP/Fiocruz e técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde e ainda da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. Ele se dará em duas etapas: a verificação da documentação exigida e análise e avaliação do currículo e do memorial. O resultado será divulgado no site da EAD/ENSP.
 
Conforme já mencionado, no segundo semestre de 2012, será lançado um edital para a seleção de 90 alunos para o curso Impactos da Violência na Saúde, também na modalidade a distância, entretanto, no nível de especialização e com duração de 15 meses. A especialização tem como exigência dois encontros presenciais no Rio de Janeiro e a elaboração de um trabalho de conclusão de curso. Aqueles alunos que estiverem cursando o aperfeiçoamento não poderão concorrer às vagas de especialização.

III Seminário Interdisciplinar sobre Drogas: Protagonismo feminino e atuação de enfermagem numa perspectiva de gênero.




Núcleo Carrossel




quarta-feira, 16 de maio de 2012

Seção Clínica da Residência em Psicologia Clínica e Saúde Mental

A seção clínica é uma atividade regular do Programa de Residência em Psicologia Clínica e Saúde Mental. São discussões de casos clínicos atendidos pelos residentes, onde um psicanalista convidado debate o caso e as questões que o caso suscita. Essa atividade é coordenada pela psicóloga Mônica Hage. Abaixo a programação do mês de Maio:

Março:

28/03/2012
Residente: Samira Parcero
Supervisora: Andréa Fernandes
Debatedor: Andréa Lima (Campo Psicanlítico)
Tema: A criança dos treze segredos: Do trabalho em grupo ao trabalho individual

Abril:

11/04/2012
Residente: Wilker França 
Supervisora: Analícea Calmon
Debatedor: Iordan Gurgel (Escola Brasileira de Psicanálise/Ba)
Tema: "Eu espero lhe trazer muitos conhecimentos sobre a loucura": diagnóstico diferencial.

Maio:

09/05/2012
Residente:  Priscylla Guedes
Supervisora: Lêda Lessa
Debatedor: Nora Gonçalves (Escola Brasileira de Psicanálise/Ba)
Tema: "É isso. Faltou eu depender do meu pai. Só tive minha mãe como porto seguro”: Reflexões sobre diagnóstico, tratamento e transferência.

16/05/2012
Residente: Mônica Venâncio
Supervisora: Andréa Fernandes
Debatedor: José Antônio Silva (Campo Psicanalítico)
Tema: “Da Mal-dita (maldita) ao Bem- dizer...”

30/05/2012  
Residente: Thais Britto 
Supervisora: Analícea Calmon 
Debatedor: Cleide Monteiro (Escola Brasileira de Psicanálise/Pb) 
Tema: O olhar que vale mais que mil palavras

Junho:

06/06/2012
Residente: Tainã Rocha
Supervisora: Cristina Goulart 
Debatedor: Marcus do Rio Teixeira (Campo Picanalítico)
Tema: "O que eu não consigo, é ser uma mulher separada": Reflexões sobre a maternidade e a sexualidade feminina.


Espaço Escola do Campo Psicanalítico: A transmissão do passe


Núcleo das Psicoses - EBP 16/05/2012

O núcle das psicoses é uma atividade que acontece todas as quartas-feiras, às 18:30, na Escola Brasileira de Psicanálise, no Garcia - Salvador/Ba.


TVE debate Luta Antimanicomial na próxima terça


Maio é o mês do Movimento Antimanicomial e o TVE Debate da próxima terça-feira (15), às 22h, convidou especialistas para nos trazerem um perfil da saúde mental no país e falarem das redes de atenção psicossociais e as polêmicas dos internamentos em instituições hospitalares. O psicólogo e mestre em ciências sociais Marcelo Magalhães Andrade, a presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia, a psicanalista Miriam Elza Gorender, e o técnico em saúde mental da Secretaria de Saúde do Estado João Martins falam sobre modalidades dos centros de apoio psicossociais (Caps), das diferenças entre hospitais psiquiátricos e manicômios, das questões divergentes sobre os tipos mais adequados de atendimentos e sobre a questão do internamento compulsório.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

V Parada Em Movimento do Orgulho Louco


V Parada Em Movimento do Orgulho Louco - Ainda que lhe incomode as drogas, Internação Compulsória não é a solução. Cuidar sim, excluir não!

Onde: Farol da Barra
Quando: 19/05 a partir das 9:00 h


PROGRAMAÇÃO JÁ DEFINIDA
 
Dia
Hora
Atividade
Data & Local
16/05
9:00 às 17:00
Movimento Multicultural da Luta Antimanicomial                 do CAPS Adilson Sampaio
16/05  //  CAPS Adilson Sampaio/ Itapagipe

17/05
8:00 às 13:00
IV Fórum de Saúde Mental, álcool e outras drogas
17/05 / Escola Est.Luis Cabral - Caixa D’água



19:30
Exibição do filme “Vozes da voz” e panfletagem
17/05  //  Largo de Santana (Dinha)            Rio Vermelho

18/05
9:00
Sessão especial em comemoração                                       ao dia da Luta Antimanicomial
18/05  //  Câmara Municipal de Salvador
15:00
Apresentação da Oficina de Palhaço
18/05  //  Praça do Campo Grande
19:30
Exibição do filme “Estamira”, panfletos e oficina de cartazes para a Parada
18/05  //  Largo de Santana (Dinha)            Rio Vermelho
19/05
9:00
PARADA em movimento DO ORGULHO LOUCO
19/05  //  Farol da Barra

25/05
9:00 às 16:00
Evento em Comemoração a Luta Antimanicomial do CAPS Aristides Novis
25/05  //  CAPS Aristides Novis                        Eng Velho de Brotas
14:00
III Ato pela Liberdade: Em defesa da Luta Antimanicomial
25/05  //  Plano Inclinado/ Liberdade

domingo, 6 de maio de 2012

Homenagem aos 156 anos do nascimento de Sigmund Freud


Lançamento Livro: Prisões numa abordagem interdisciplinar




Lançamento Coletivo EDUFBA – Maio de 2012: Prisões numa abordagem interdisciplinar, organizado por Maria Thereza Ávila Dantas Coelho e Milton Júlio de Carvalho Filho

         Acontece, no dia 09 de maio, quarta-feira, a partir das 17h30, na Biblioteca Universitária de Saúde da UFBA, o Lançamento Coletivo EDUFBA – Maio de 2012. Durante o evento serão lançados 15 livros, dentre eles, Prisões numa abordagem interdisciplinar, organizado por Maria Thereza Ávila Dantas Coelho e Milton Júlio de Carvalho Filho. Este evento integra a programação de comemorações dos 20 anos de atividades da EDUFBA.
O principal objetivo deste livro é colaborar com as discussões sobre o sistema prisional brasileiro e a reforma iniciada no século XIX. Resultado das reflexões de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, os artigos deste livro destinam-se aos estudantes, gestores e trabalhadores que lidam, de alguma forma, com a questão do sistema prisional do Brasil. 
As abordagens deste livro passam por campos como o da Medicina, da Administração e da Sociologia, oferecendo ao leitor a possibilidade de conhecer e questionar aspectos históricos, sociais e econômicos do contexto contemporâneo do sistema prisional brasileiro. Nos artigos, são problematizadas questões como o crescimento mundial do número de prisioneiros, a participação privada na gestão das prisões, o perfil dos agentes penitenciários e a construção da identidade neste entorno.

Informações adicionais sobre este livro
ISBN: 978-85-232-0948-3
Número de páginas: 220
Ano: 2012
Formato: 17 x 24 cm
Preço especial de lançamento: R$ 25,00

Serviço
O quê: Lançamento Coletivo EDUFBA – Maio de 2012
Quando: 09 de maio, quarta-feira, 17h30 às 20h30
Onde: Biblioteca Universitária de Saúde Professor Álvaro Rubim de Pinho (Campus Canela, UFBA - Rua Basílio da Gama, s/n, Canela – Salvador, Bahia)
Quanto: Entrada Franca

sábado, 5 de maio de 2012

V SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL


 Cuidado ou controle? Saúde Mental e as formas de institucionalização da vida'
18 A 25 | MAIO | 2012

A V SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL tem como tema "Cuidado ou controle? Saúde Mental e as formas de institucionalização da vida'', pretende levantar a discussão sobre as formas de lidar com a loucura em nossa sociedade, evidenciando os tratamentos que prezem pelo cuidado no sentido de valorizar e potencializar a ação desses sujeitos no mundo, empodeirando-os, dar-lhes voz, em detrimentos das formas de controle, que imobilizam-lhes e encaixotem em lugares afixados, seja na aposta de que os ''doentes mentais'' não podem ser mais do que o nome e código de suas doenças carregam, seja na compreensão de que são incapazes de sentir, desejar e decidir sobre suas próprias vidas. O cuidado do qual falamos é, portanto, aquele que acolhe a diferença e a valoriza, percebendo saúde mental de uma forma ampla, não só como ''ausência de sintomas'', mas enquanto possibilidade de o sujeito desenvolver relações de autonomia e criação sobre o mundo.
O que nós, estudantes, trabalhadores, profissionais de saúde, usuários desse sistema de saúde, o que nós, a cidade, pensamos sobre a loucura?
Dessa forma, não só pretende continuar possibilitando a reflexão sobre a necessidade de novas formas de tratamento, mais humanas e potentes de criação e libertação, como também contribuir com a produção de novas subjetividades no que se refere ao olhar destinado a loucura.

Blog:


PROGRAMAÇÃO

V SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL
18 A 25 | MAIO | 2012

CUIDADO OU CONTROLE?
SAÚDE MENTAL E AS FORMAS DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA VIDA


18 de Maio

Intervenção permanente
Local: Praça da Alegria

08h30: Roda de abertura: “Cuidado ou Controle? Saúde Mental e as formas de Institucionalização da vida”.

Facilitadores:
- Bárbara Cabral – Psicóloga/Professora da UNIVASF
- Flávio Campos - Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco
- Josuéliton Santos - Associação Metamorfose Ambulante – BA

Local: Auditório 411 do CCHLA - UFPB

15h: Ato Público

Concentração: Lagoa do Parque Sólon de Lucena

19 de Maio

08h30: (Inter)ações corporais e subjetivas

- Torneio de Futebol
- Teatro do Oprimido
- Técnicas Circenses
- Práticas Integrativas
- Capoeira

Local: Sindicato dos Bancários

20 de Maio

16h30: Vamos “bater cunlata”, dançar samba e hip-hop na praça

Hip-Hop- Consultório de Rua-JP
Roda de samba- Usuários do CAPS AD Cabedelo

Local: Anfiteatro Poeta Lúcio Lins - Praça de Paz

21 de Maio

08h30h: Roda de diálogo:É que o 281 foi afastado. O 16 e o 12 no lugar ficou”: História e (des)criminalização das drogas.

Facilitadores:
-Ivan Fontes Barbosa – Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFPB
-Denis Russo Burgierman - Jornalista-SP, autor do livro O fim da Guerra.
-Flávia Fernando – Psiquiatra da Prefeitura de Niterói-RJ

Local: A CONFIRMAR

08h30: Oficina: Grafite
Monique Agra (Coletivo Graffiti)
Wanessa Dedoverde (Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação- SEJER/JP)

Local: A CONFIRMAR

14h: Oficina: Fotografia
Delosmar Magalhães - Estudante de Comunicação Social / UFPB
Mateus Vicente- Estudante de Psicologia / UFPB
Lúcio Ricardo - Estudante de Psicologia / UFPB

Local: CAPS I Porto Cidadania – Cabedelo

14h: Oficina: Grafite
Monique Agra (Coletivo Graffiti)
Wanessa Dedoverde (Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação- SEJER/JP)

Local: A CONFIRMAR

22 de Maio

08h30: Oficina: Papel Machê
Elízia Rosa - Usuária do CAPS AD III- Rangel

Local: Capela (Atrás do DCE-UFPB)

08h30: Oficina: Grafite
Monique Agra (Coletivo Graffiti)
Wanessa Dedoverde (Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação- SEJER/JP)

Local: A CONFIRMAR

14h: Oficina: Fotografia
Facilitadores:
Delosmar Magalhães - Estudante de Comunicação Social / UFPB
Mateus Vicente- Estudante de Psicologia / UFPB
Lúcio Ricardo - Estudante de Psicologia / UFPB

Local: CAPS I Porto Cidadania – Cabedelo

14h: Oficina: Grafite
Monique Agra (Coletivo Graffiti)
Wanessa Dedoverde (Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação- SEJER/JP)

Local: A CONFIRMAR

19h: Apresentação Teatral

Local: Teatro Paulo Pontes/ Espaço Cultural

23 de maio

08h30: Vivência: o palhaço
Projeto Palhasus

Local: Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira

12h00: CINEPSI - Os Alquimistas de Camalaú

Local: A CONFIRMAR

14h: Roda de diálogo: “Um galo sozinho não tece uma manhã”: a rede de cuidado em saúde mental

Priscila Nunes - Ministério da Saúde – PB
Rosa Mira – Psicóloga/NASF
Marcos Deparis – Psicólogo/Consultório na Rua
Leandro Roque – Psicólogo/CAPSad Primavera
Camila Neiva– Psicóloga/PASM

Local: Auditório 411 do CCHLA - UFPB

14h00: Vivência: o palhaço
Projeto Palhasus

Local: Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira

24 de Maio

08h30: Roda de diálogo: Tratamento ou custódia? Cidadania negada no Manicômio Judiciário

Rozali Rodrigues de Sousa - Assistente Social/Especialista em Saúde Mental
Nelson Júnior - Psicólogo/CRDH/UFPB
Ludmila Correia - Advogada/CRDH/UFPB

Local: A CONFIRMAR

14h: Entardecer no Ateliê (Para usuários)

Local: Ateliê Multicultural Elionai Gomes

18h30: Sarau Poético
19h30:Monólogo: Esparrela (Fernando Teixeira/ Grupo Teatral Bigorna)
Intervenção Cultural: Palhaço Xuxu (Luiz Carlos Vasconcellos)

Local: Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira

25 de maio

9h: Grupo de Discussão e Vivência:No caminho é que se vê a areia melhor pra ficar”: Histórias e técnicas de redução de danos

Dênis Petuco – Consultor do Ministério do Desenvolvimento Social/Sociólogo/Redutor de Danos
Francisco Couto – Psicólogo/Redutor de Danos
Marcos Perazzo - Programa Estadual de Políticas sobre Drogas/Redutor de Danos

Local: A CONFIRMAR

14h: Grupo de Discussão e Vivência:No caminho é que se vê a areia melhor pra ficar”: Histórias e técnicas de redução de danos

Dênis Petuco – Consultor do Ministério do Desenvolvimento Social/Sociólogo/Redutor de Danos
Francisco Couto – Psicólogo/Redutor de Danos
Marcos Perazzo - Programa Estadual de Políticas sobre Drogas/Redutor de Danos

Local: A CONFIRMAR

19h00: Apresentação Teatral (A CONFIRMAR)

Local: Largo de São Pedro – Centro Histórico

20h: Cultural de Encerramento

Local: Praça Antenor Navarro


Realização:

Coletivo Canto Geral


APOIO:

Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) – Núcleo João Pessoa
Direção do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira
Secretaria do Desenvolvimento Social-SEDES/João Pessoa
Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação-SEJER/João Pessoa
Fundação Espaço Cultural-FUNESC
Centro de Ciência Humanas, Letras e Artes-CHLA/UFPB
Pró-Reiroria de Extensão e Assuntos Comunitários-PRAC/UFPB
Reitoria-UFPB
IPEI
Movimento Levante
Codisma
ADUF-PB
Sitricom-PB
Sindifisco-PB
Sindicato dos Bancários-PB
Coletivo Graffiti-JP
Ateliê Multicultural Elionai Gomes
Xerox do Fagner-UFPB
CA de História-UFPB
CA de Letras-UFPB
 CA de Medicina-UFPB